ALUNOS TEATRO SEM TEATRO - SALA ALZIRO AZEVEDO INTERDITADA!





Nós, alunos do Departamento de Arte Dramática do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, viemos por meio deste manifestar nossa insatisfação com o descaso da Reitoria em relação aos espaços destinados à pratica e ao ensino artístico nas artes cênicas.
No momento, estamos sem teatro para apresentar os trabalhos produzidos dentro da Universidade por falta de manutenção adequada. O Departamento de Arte Dramática conta (ou contava) com duas salas para apresentação pública de trabalhos produzidos pelos acadêmicos: a sala Qorpo Santo e a sala Alziro Azevedo, que são utilizadas também como salas de ensaio devido à falta de espaço iminente no Departamento.
sala Qorpo Santo está fechada há cerca de 3 anos, mesmo tendo dois projetos de reforma e melhorias aprovados pelo CT Infra de 2008 e 2010, com verbas disponíveis de mais de 300 mil reais. Os projetos de reforma e compra de equipamentos não são realizados devido à paralisação burocrática determinada por órgãos internos da Universidade.
Já a sala Alziro Azevedo, que há muito tempo sobrevive de forma precária – e até mesmo perigosa -, com fiação elétrica muito antiga, na última semana teve que ser fechada e as apresentações do projeto TPE (Teatro, Pesquisa e Extensão) que acontece nas quartas-feiras em duas sessões gratuitas e conta com um público mensal de aproximadamente 400 pessoas, foram canceladas.
Os problemas do curso de Teatro são muito maiores do que brevemente relatados aqui, mas esta é uma amostra de como os artistas e professores de artes, inclusive aqueles em formação, são tratados (no curso de Dança, que fica no Campus Olímpico, a situação não é diferente).
No início do ano, por duas vezes o Instituto de Artes teve que ter suas aulas canceladas. Esperamos que não seja necessário interditar o departamento ou realizar protesto estudantil, desde que tenhamos uma resposta imediata e um comprometimento por parte da reitoria em resolver os problemas citados.
Necessitamos das condições mínimas para que prossigamos com nossas pesquisas e nossa produção intelectual de forma satisfatória e sem riscos aos estudantes. Porque, apesar de amplamente referido nas súmulas das atividades acadêmicas, as apresentação de cenas e espetáculos é obrigatória a todos os alunos da faculdade, inclusive àqueles cuja ênfase não seja em Direção ou Atuação. Mas como executar nossas tarefas acadêmicas, essas mesmas que a universidade prevê em seu currículo, se se não há espaço para tal atividade?
Atualmente, todo o material de divulgação da MOSTRA DAD já está na gráfica, mas talvez este tenha que ser alterado em função do descaso da Universidade para com seus alunos. Estamos, neste momento, nos recusando a ocupar uma sala sem condições salubres de trabalho. Não podemos nos dispor a tomar choques ou deixar o público no escuro por falta de manutenção do espaço. No mínimo, seria desrespeitoso para o estudante que está apresentando o seu trabalho, para os professores que nos orientam artisticamente e apoiam a nossa reivindicação, e para o público que é a razão de ser de nosso trabalho, que paga os seus impostos para que tenhamos um Ensino Superior de qualidade com uma infraestrutura mínima para tal.
Contamos com todo apoio universitário, artístico, e dos cidadãos para que esta situação seja resolvida o mais breve possível. Precisamos de uma reforma verdadeira e uma manutenção contínua, sem medidas paliativas, para que possamos continuar formando cada vez mais pessoas que são referências para a arte e cultura do nosso país e também fora dele; artistas, produtores e empreendedores, tais como:
Alexandre Silva, figurinista e atual coordenador do FUMPROARTE;
Angela Gonzaga, diretora do grupo Teatro do Tambo,professora da FEEVALE;
Antônio Gilberto, diretor teatral e atual Diretor do Centro de Arte Cênicas/FUNARTE;
Araci Esteves, atriz premiada de teatro e cinema;
Breno Ketzer, coordenador de artes cênicas de Porto Alegre;
Caio Fernando Abreu, dramaturgo e escritor;
Carlos Cunha Filho, ator premiado de teatro e cinema;
Carlos Mödinger, ator e professor da UERGS;
Cibele Sastre, bailarina, professora da ULBRA;
Daniel Colin, do premiado grupo Teatro Sarcáustico;
Daniela Carmona, atriz, diretora e fundadora do TEPA;
Dilmar Messias, fundador do Circo-Teatro Girassol;
Diones Camargo, dramaturgo;
Fernando Ochôa, diretor e iluminador;
Flávio Rocha, diretor artístico na Rede Globo;
Grace Gianoukas, atriz e diretora idealizadora do Terça Insana(São Paulo);
Hamilton Leite, do grupo Oigalê;
Inês Marocco, diretora do grupo Cerco;
Ivete Brandalise, apresentadora do programa Primeira Pessoa na TVE;
Jezebel de Carli, diretora premiada do Grupo Santa Estação;
José Ronaldo Faleiro, professor da UDESC
Julio Conte, diretor e dramaturgo, autor do sucesso Bailei na curva
Larissa Maciel; atriz da rede globo (destaque no papel principal da minissérie Maysa)
Leona Cavalli, atriz (integrou o grupo do José Celso Martinez Correa, Teatro Oficina)
Luciana Hartmann, professora na UnB;
Luciano Alabarse, coordenador do Festival Internacional Porto Alegre Em Cena;
Luiz Artur Nunes, diretor teatral e professor da UNIRIO;
Lurdes Eloy, atriz premiada de teatro e cinema;
Moira Stein, atriz, diretora e professora na UFPEL;
Newton Silva, jornalista, apresentador do programa Estação Cultura na TVE;
Paulo Flores, fundador da Terreira da tribo de atuadores Óinóis aqui Traveiz;
Paulo Berton, professor e atual Secretário de Cultura da UFSC
Roberto Oliveira, ator e diretor, fundador do grupo premiado Depósito de Teatro;
Rô Cortinhas, figurinista de teatro e cinema;
Rosa Campos Velho, foi diretora do IEACEN (Instituto Estadual de Artes Cênicas) e do Teatro de Arena;
Sandra Dani, atriz premiada pelo Açorianos, ex-professora do DAD;
Sergio Lulkin, ator do grupo TEAR, professor da Faculdade de Educação UFRGS;
Susana Saldanha, professora da Faculdade de Dança Angel Viana/RJ;
Tatiana Cardoso, atriz, ex-professora da UERGS, integra o grupo internacional VidenesBro (Dinamarca).

Visto a importância do curso perante a formação de profissionais de teatro na cidade de Porto Alegre, e as condições atuais que o mesmo se encontra:
- Exigimos a imediata reforma elétrica na Sala Alziro Azevedo!
- Exigimos o início imediato da reforma da Sala Qorpo Santo!
 - Exigimos uma reforma estrutural no prédio do DAD ou reencaminhamento do curso para um prédio novo!
 - Exigimos um técnico permanente para ambas as salas!

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